Casos de dengue no RS crescem mais de 3000% em 2019

Já são 1281 casos confirmados no Estado este ano. No dois últimos anos anteriores, este número era de apenas 40

A dengue é uma doença viral que se tornou cada vez mais conhecida nos últimos anos, não somente por seus sintomas graves, como também pelo aumento do número de casos. Somente no RS, em um período de 19 anos, a confirmação de casos aumentou em 26 vezes. No ano 2000, apenas 14 municípios gaúchos foram afetados. Em 2019 já são 372.

Ao falarmos de pessoas infectadas pela dengue na nossa região, já foram confirmados 54 casos: 43 em Esteio, 10 em Sapucaia do Sul e 1 em São Leopoldo. E o que mais preocupa é a contração da doença de forma autóctone, ou seja, casos contraídos na própria cidade (não importados).

Este dado é preocupante porque a dengue não é uma doença contagiosa entre pessoas, mas é transmitida diretamente pelo mosquito. Isso demonstra que temos mosquitos infecciosos de dengue dentro das nossas cidades.

Veja a tabela abaixo:

Casos de Dengue nas cidades de São Leopoldo, Sapucaia do Sul e Esteio

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Fonte: Governo do Estado

E não somente no Rio Grande do Sul este número cresce, mas também em todo o Brasil. Quando falamos do país todo, o número é ainda mais alarmante: um aumento de 599,5%!

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Agentes da Vigilância Ambiental em Saúde realizam visitas domiciliares para orientar moradores sobre os cuidados contra proliferação do mosquito Aedes aegypti, que pode transmitir dengue, febre chikungunya e zika vírus. (Foto: Tony Winston | Agência Brasília)
Por que aumentaram os casos Dengue?

Podemos dizer que a principal causa do aumento de dengue está nas condições favoráveis para a reprodução de seu vetor: o mosquito Aedes Aegypti

A dengue é transmitida por este mosquito, através da sua picada, quando o inseto busca nosso sangue como alimento. E não somente a dengue, mas também a Zika e a Chikungunya, vírus que usam a espécie como hospedeiro.

Quando deixamos (de forma inconsciente é claro) o ambiente propício para a habitação do mosquito, ele irá se reproduzir de forma mais intensa e rápida. Por isso precisamos tomar alguns cuidados, principalmente em relação ao acúmulo de água parada.

Veja os principais fatores que influenciam na reprodução do Aedes Aegypti

Altas Temperaturas

Com o aumento crescente de temperatura e também das chuvas, os mosquitos ganham cada vez mais espaço. Por isso precisamos redobrar o cuidado com a chegada do verão.

Acesso à água parada

Esse é um dos fatores mais importantes de controle, pois a fêmea do Aedes Aegypti deposita seus ovos na superfície de recipientes com água parada. E o pior de tudo: os mosquitos não precisam mais que a água esteja limpa para se reproduzirem. Especialistas já detectam ovos da espécie depositados em locais com água suja. A praga evolui em busca da sobrevivência e se adapta aos ambientes das cidades.

Principais locais de foco

Há alguns locais que reúnem as características necessárias para reprodução do mosquito, tais como cemitérios, borracharias, ferros-velhos, depósitos de materiais de construção e madeiras, além de lagos, banhados ou açudes. Se você mora perto de um deste locais, redobre os cuidados.

Dicas para evitar a proliferação do mosquito
  • Mantenha bem tampados tonéis, latões, caixas d’água e outros recipientes que possam estar expostos à chuva.
  • Evite o acúmulo de lixo, recolhendo-o com regularidade. Feche bem os recipientes e só coloque o lixo na rua no dia da coleta. Além de evitar que chova em cima do lixo (gerando poças para mosquitos), evita também que animais de rua rasguem as sacolas, o que pode atrair outras pragas, como ratos e baratas.
  • Deposite areia nos pratos de plantas, para evitar água parada.
  • Verifique calhas, telhas, toldos, canos e ralos periodicamente, para evitar o entupimento.
  • Piscinas: mantenha a água tratada o ano todo, ou então esvazie a piscina no inverno. Lonas de proteção não são eficientes quando se trata da proliferação do mosquito, pois elas também acumulam água da chuva.
  • Pneus, garrafas e outros recipientes: guarde-os virados para baixo, protegidos da chuva.
O que fazer em caso de suspeita de dengue

Veja alguns sintomas que podem te ajudar a identificar a contração da doença:

  • Dores de cabeça;
  • Dores musculares;
  • Dor ao movimentar os olhos;
  • Mal-estar;
  • Febre alta (acima de 38,5ºC) que inicia de forma abrupta e é resistente (permanecendo de 2 a 7 dias)
  • Manchas vermelhas no corpo.

Se houver apresentação de alguns destes sintomas (não necessariamente todos), procure atendimento médico.O SUS oferece tratamento integral e gratuito para a doença.

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A picada do mosquito pode transmitir doenças como chikungunya, dengue e zika. (Foto: NIAID | Fotos Públicas)
O que fazer se já há infestação de mosquitos na minha casa?

É importante lembramos que, independente da infestação ser do mosquito Aedes Aegypti ou não, qualquer infestação de mosquitos é incômoda e pode trazer riscos, pois os mosquitos são transmissores de várias doenças, como Malária, Febre Amarela, Febre oropouche, Elefantíase, além da Dengue, Zika e Chikungunya.

Por isso, se você perceber focos de infestação de mosquitos em sua casa, além de seguir as dicas anteriores, contate uma empresa especializada em controle de pragas. A dedetização (feita por profissionais capacitados) eliminará os mosquitos presentes, e os produtos de qualidade que são aplicados evitarão infestações futuras.

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